Jacó, cujo nome hebraico significa “ele agarra no calcanhar, toma o lugar”, é filho de Isaque e Rebeca, e irmão gémeo de Esaú: "O que saiu primeiro era vermelho e todo peludo como um manto de peles, e chamaram-no Esaú. Saiu em seguida o seu irmão, segurando pela mão o calcanhar de Esaú, e deram-lhe o nome de Jacó. Isaac tinha sessenta anos quando eles vieram ao mundo" (Gn 25:25-26). Jacó tomou a primogenitura do seu irmão Esaú (Gn 25:34), assim como recebeu a bênção do seu pai Isaque disfarçadamente. (Gn 27:1-40), por isso Esaú tinha rancor de Jacó e queria matá-lo.

Jacó era piedoso apesar dos seus erros. Em Betel, ele teve uma visão gloriosa de Deus, prometendo dar-lhe a terra na qual ele era um expatriado. Ao acordar do sono, fez um voto ao Senhor, como narra o livro do Génesis: "E teve um sonho: via uma escada, que, apoiando-se na terra, tocava com o cimo o céu; e anjos de Deus subiam e desciam pela escada. No alto estava o Senhor, que lhe dizia: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão, teu pai e o Deus de Isaac; darei a ti e à tua descendência a terra em que estás deitado" (Gn 28:12-13), e deu àquele lugar o nome de Betel.

O capítulo 31 do Génesis narra a viagem de Jacó a Padã-Aram - terra que pertencia a Labão, tio materno de Jacó – em conjunto com as suas duas esposas, Rachel e Lia e os seus filhos. Dali ele partiu para a terra de Canaã, aproximando-se da casa de Esaú. Jacó e o seu irmão encontraram-se e lutaram no rio Jaboque (atual rio Zarqa), que nasce perto de Amã e passa pela cidade de Zarqa. O rio também já foi chamado de rio Jacó.

Jacó atravessou este rio quando lutou com um anjo a caminho da terra de Canaã, depois de ter partido de Harã. Esse embate foi mencionado no livro do Génesis (32: 23-30) e Jacó chamou aquele lugar de Fanuel, ou seja, a face de Deus. Antes de Jacó atravessar o Jordão, ele encontrou o seu irmão Esaú e pediu perdão pelo mal que havia feito. Depois Esaú partiu para Seir, enquanto Jacó foi para a terra de Canaã e comprou a terra de Siquém, onde acampou antes de seguir para Betel.

O rio servia de fronteira entre a terra dos rubenitas e Gad e a terra dos amonitas (Dt 2: 37 e 3: 16). A Bíblia também descreve a fronteira da terra do rei Seom, rei dos amorreus, que abrangia “desde o Arnon até ao Jaboque” (Nm 21:24). É a mesma área que foi posteriormente retomada pelo rei dos amonitas (Jz 11:13). O Antigo Testamento cita algumas cidades situadas às margens do rio, como: Sartan e Adam, que estão localizadas na foz do vale (Js 3: 16). Eusébio de Cesareia situa o rio entre Gerasa (Jerash) e Filadélfia (Amã).